Neste artigo
vamos falar de uma doença infeciosa de que já ouviu falar bastante: o Tétano.
Tem curiosidade
sobre esta doença?
Leia o artigo na
integra e relembre alguns conceitos associados a esta patologia.
- O que é o Tétano?
O tétano mata cerca de 500.000 pessoas por ano,
principalmente em países em desenvolvimento.
A mortalidade desta doença é de 15 a 60% em adultos sem tratamento e de 80
a 90% em recém-nascidos, mesmo sendo tratados.
Esta patologia é causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium
tetani nas feridas contaminadas. As
bactérias do tétano entram no corpo através de feridas contaminadas ou através
de punções da pele com agulhas não estéreis.
A toxina tetânica bloqueia a libertação de neurotransmissores inibitórios,
causando rigidez muscular generalizada com espasmos intermitentes, podendo
ocorrer convulsões e instabilidade autonómica.
O tratamento passa por evitar a libertação adicional de toxinas por meio de
limpeza e desinfeção da ferida, administração de um antibiótico e neutralização
da toxina não ligada com imunoglobulina tetânica humana.
Às vezes, a lesão é tão pequena que as pessoas nem vão ao
médico. Lesões que envolvem pele morta como queimaduras, ulceração produzida
pelo frio ou lesões por esmagamento são as mais prováveis de causar tétano.
A vacinação previne o tétano.
- Quais são os sintomas característicos do Tétano?
Os sintomas do tétano geralmente começam cerca de cinco a dez dias depois do
aparecimento da lesão.
Os espasmos musculares são o sintoma mais característico
do tétano. Os músculos contraem-se involuntariamente e tornam-se rígidos. Os
espasmos geralmente começam no maxilar (causando trismo) e garganta (tornando
difícil a deglutição), seguidos pelo pescoço, ombro, rosto e depois abdómen e
membros. Os espasmos podem interferir com a respiração do doente.
O espasmo dos esfíncteres musculares pode causar obstipação e dificuldade
de micção.
Alterações leves, como um ruído, uma corrente de ar ou o facto de a cama se
mexer podem desencadear espasmos musculares em todo o corpo.
Por vezes, apesar de raro, os espasmos musculares podem limitar-se apenas aos
grupos de músculos ao redor da ferida e esse tétano localizado pode durar
semanas.
Outros sintomas ocorrem porque o tétano afeta também o
sistema nervoso. Desta maneira, as pessoas podem ficar inquietas e irritáveis.
- Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico desta doença é feito através da avaliação clínica.
A suspeita de Tétano surge perante sinais e sintomas de rigidez muscular ou
espasmos repentinos e inexplicáveis, particularmente se existir história de
lesões recentes ou fatores de risco de tétano.
O C. tetani pode, algumas vezes, ser cultivado a partir da
lesão, mas a cultura não é sensível, sendo que apenas 30% dos pacientes com
tétano têm culturas positivas. Além disso, culturas falso-positivas podem
ocorrer em pacientes sem tétano.
- Há maneira de prevenir a doença?
Sim, através da vacinação.
O tétano raramente se desenvolve em pessoas
que foram vacinadas contra o tétano.
A primovacinação é feita aos 2, 4 e meses de idade e os reforços aos 18
meses, 5, 10, 25, 45 e 65 anos de idade e de 10 em 10 anos em idade >65 e em
cada gravidez.
Porquê vacinar?
·
A
vacinação é a forma mais efetiva de prevenir a doença (cerca de 99% das pessoas
desenvolve anticorpos protetores após a primovacinação).
·
Nem a
doença nem a vacinação conferem imunidade definitiva, por isso são necessários
reforços da vacina durante toda a vida.
·
Para
reduzir a incidência e mortalidade da doença, mantendo-a controlada, uma vez
que a bactéria está presente no meio ambiente e todas as pessoas estão
expostas, não havendo imunidade de grupo.
Também existem medidas importantes a tomar após um ferimento:
Quando as pessoas têm uma ferida, existem algumas medidas que ajudam a
impedir o tétano, nomeadamente limpar e desinfetar imediatamente as feridas e
averiguar se está vacinado contra o tétano.
- Existe tratamento para o Tétano?
As várias ações a
tomar quando há possibilidade de infeção são:
·
Limpeza da ferida e remoção de tecido morto e material estranho
·
Antibióticos
·
Imunoglobulina
antitetânica
·
Tratamento dos sintomas
Os doentes infetados com tétano são internados e o quarto
deve ser mantido em silêncio para impedir perturbações que possam acionar
espasmos musculares. As feridas devem ser totalmente limpas e o tecido morto e
corpos estranhos deverão ser removidos.
São administrados antibióticos por via intravenosa
para matar as bactérias e, assim, parar a produção da toxina. No entanto, os
antibióticos não têm qualquer efeito na toxina que já foi produzida e essa
toxina continua a causar espasmos musculares.
A imunoglobulina antitetânica é administrada para
neutralizar a toxina já produzida e a vacina contra o tétano é dada, a menos
que se saiba que as vacinações estão atualizadas.
Sedativos podem ser prescritos para controlar
os espasmos musculares, para ajudar a relaxar os músculos rígidos e para
aliviar a dor e a ansiedade.
Se a rigidez muscular interferir na respiração, poderá
haver necessidade de ventilação mecânica, e se houver dificuldade em engolir, a
nutrição e os líquidos são dados por via intravenosa ou através de uma sonda.
Uma vez que o tétano não confere
imunidade, os doentes que recuperaram da patologia devem ser vacinados.
Esperamos que este artigo lhe tenha suscitado interesse. Foi útil?
Até à próxima.
Fique EMFORMA!
Larry M. Bush, Tétano – Infeções Bacterianas, Manuais MSD – Versão
Saúde para a Família. Disponível https://www.msdmanuals.com/pt-pt/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-bact%C3%A9rias-anaer%C3%B3bicas/t%C3%A9tano# acedido a 31/07/2019
Larry M. Bush, Tétano – Doenças Infeciosas – Bactérias Anaeróbias- Manuais
MSD – Versão para profissionais de Saúde. Disponível https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bact%C3%A9rias-anaer%C3%B3bias/t%C3%A9tanoacedido a 31/07/2019
Programa Nacional de Vacinação – Vacinas do PNV - Vacina
do Tétano, SNS (Sistema Nacional de Saúde). Acedido em https://www.dgs.pt/paginas-de-sistema/saude-de-a-a-z/programa-nacional-de-vacinacao/vacinas-do-pnv/tetano.aspx acedido
a 31/07/2019